sábado, 27 de outubro de 2007

Dissociações de uma Mente em Conflito

Algo perdeu o sentido
E o mundo perdeu o significado
Flutuo entre objetos distorcidos
Enquanto permaneço acordado
Caminhando por trilhas estranhas
Acabei fazendo tudo errado
Mas se o certo não é um conceito
Assim firmemente acabado
Como poderia eu estar errado?
















Se sofro seguindo um caminho
Fico louco seguindo o outro lado
Sinto seres entrando em atrito
Três eus discutindo irritados
E vivendo num mundo tripartido
Ora permitido, ora censurado
Como posso negar-lhes a existência
Se sou deles mesmo o resultado?

Ass.: Márcio B. S.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A virgem

Longos cabelos claros
E belos olhos castanhos
Um corpo de mulher
E um rosto de anjo
À distância ela flutua
Oculta pelas brumas
Mal posso ver seu contorno
Nas águas de um lago morno
Mas essa imagem não é realidade
Por trás da garota há um mar de mentiras
O diabo se esconde naquele disfarce
Mas assim mesmo a imagem é bem vinda
O que minha mente repudia
O meu coração reverência
Odeio amá-la, odeio!
E amaria odiá-la
Mas não posso corromper meu sentimento
Apenas posso ignorá-la
E viver nesse longo sofrimento
Amando sem querer amá-la
Ass.: Márcio Beckman.

domingo, 14 de outubro de 2007

O Perfume Inodoro das Flores

O perfume tem cheiro de álcool
A menta tem cheiro de ar gelado
A comida tem cheiro de água
As flores têm cheiro de vidro
A gasolina cheira a mal-estar
O sabão tem cheiro de espirro
O cigarro tem cheiro de nada
O enxofre tem um cheiro pirado
E o álcool tem cheiro de álcool

Que influências têm os odores pra você?
Como algo que não se sente pode fazer falta?
O mundo é cheio de insensibilidades
De sensações que não percorrem a alma

Não vejo o infravermelho
Não ouço freqüências a mais
E quase não sinto cheiros
Mas que diferença isso faz?

Ass.: Márcio Beckman.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A Eternidade Efêmera



Linda Donzela,
Encontrar-te-ei no teu castelo
E contemplaremos o belo crepúsculo
Então amar-te-ei por toda a eternidade

Mas até mesmo a eternidade é efêmera
Até mesmo o mais longínquo dos infinitos
Chega a um fim

Mas não te entristeças!
Pois és como o crepúsculo
Que é belo por ser efêmero
Pois se assim não o fosse
Todos o ignorariam
Ass.: Márcio Beckman